Puxar o freio de mão antes de colocar a transmissão em P: é necessário?

Muitos motoristas têm dúvidas sobre a necessidade de puxar o freio de mão antes de colocar a transmissão em P (park/estacionamento) ou mesmo sobre a sequencia correta entre mover a alavanca de marchas e acionar o freio de estacionamento. A primeira coisa a ser compreendida sob a ótica técnica é que a posição P possui única e exclusivamente a função complementar ao freio de estacionamento, imobilizando o veículo em caso de falha do equipamento principal.

O freio de mão, também conhecido como freio de estacionamento, tem a função de manter o veículo parado quando está estacionado. Na sequência, ao colocar a transmissão em P, você adiciona uma camada extra de segurança, impedindo que o veículo se mova acidentalmente.

Vale ressaltar que, ao puxar o freio de mão, é importante fazê-lo de forma adequada. Certifique-se de puxar o freio de mão completamente, até o final do curso, para garantir que ele esteja devidamente acionado. Caso contrário, o veículo pode se mover mesmo com o freio de mão parcialmente acionado, necessitando da proteção extra da posição P do câmbio para manter o veículo parado. Da mesma forma, a posição P poderá ser a protagonista por manter o veículo imobilizado quando o freio de estacionamento estiver com mal funcionamento, desajustado ou inoperante.

Qual a sequência correta então?

A cerca desde assunto, na internet é possível encontrar usuários, entusiastas e até mesmo  mecânicos mal informados pregando, quase que num mantra, uma sequência de movimentos obrigatórios na qual o motorista deve coordenar as alavancas do câmbio, da transmissão e o pedal de freio no momento da imobilização do veículo, para que não “sobrecarregue” ou danifique o câmbio automático. De fato, a única sequencia exigida pelos fabricantes é:

1) Imobilizar o veículo totalmente através do freio de serviço (pedal de freio);

2) Acionar completamente o freio de estacionamento (freio de mão) e aliviar o pedal de freio;

3) Permanecendo o veículo imobilizado, colocar a alavanca do câmbio na posição “P” (park).

Portanto, independentemente da posição da alavanca da transmissão, o segredo está em garantir que o freio de estacionamento  imobilize totalmente o veículo e logo após, acionar a proteção adicional momento o câmbio para a posição “P”.

Mas qual a origem da crença existente na internet?

Como visto acima, a operação de imobilização de um veículo não exige malabarismos do motorista, embora na internet há que defenda a tese de que a posição “P” jamais deverá ser acionada sem antes a alavanca de câmbio repousar por um instante na posição “N” após o acionamento do freio de estacionamento. A origem desta crendice deve-se ao fato de que, esporadicamente, ao sair da imobilização total o veículo pode apresentar um tranco no momento em que a alavanca de câmbio é movida da posição “P” em direção a qualquer outra marcha. Nesta situação, até mesmo a alavanca pode ter um pouco mais de resistência para se mover, ficando mais “pesada” para sair da posição P.

Tecnicamente, isso ocorre pela ativação da proteção extra que a posição “P” proporciona na imobilização do veículo. Estando o freio de estacionamento mal acionado ou mesmo apresentando algum tipo de ineficiência ao qual não consiga por si só manter o veículo parado, a posição Park da transmissão limitará mecanicamente o movimento do carro evitando que ele se mova na ausência do motorista. Uma vez cumprida a sua função de manter o veículo imobilizado, ao mover a alavanca do P em direção ao D por exemplo, o motorista sentirá um pequeno tranco no veículo, indicando que a proteção adicional precisou ser utilizada e agora foi desativada.

Meu carro sempre dá tranco ao tirar a alavanca do “P”. O que fazer?

Vimos acima como uma transmissão automática poderá apresentar um pequeno tranco ao mover a alanca da posição “P” para outra qualquer e como esse fato está muito mais relacionado a falha no freio do estacionamento do que com a forma o qual o veículo foi imobilizado. Portanto, caso o seu veículo esteja sempre necessitando da proteção adicional do câmbio para se manter imobilizado, procure um técnico automotivo para revisar o sistema de freios do veículo. Aproveite também para analisar a saúde do fluído da transmissão automática através do scanner ATFScan. Você com certeza evitará problemas futuros!